O projeto “Vamos Salvar o Dia” surgiu em Blumenau, no estado de Santa Catarina, no Sul do Brasil, após o terrível ataque à creche CEI Cantinho Bom Pastor, em 05 de abril de 2023. Neste dia, quatro crianças tiveram as vidas ceifadas por um indivíduo que invadiu o centro de educação infantil por volta das 9 horas da manhã. As crianças tinham entre 4 e 7 anos de idade. Outras cinco crianças ficaram feridas e dezenas seguem com acompanhamento de profissionais até hoje, traumatizadas pelas cenas e momentos terríveis presenciados.
Este ato de violência abalou profundamente a cidade de Blumenau e reverberou por todo o Brasil, ecoando a necessidade urgente de segurança e prevenção em ambientes educacionais.
Buscando por segurança nas escolas e penas mais duras para crimes como o registrado no CEI Cantinho Bom Pastor, uma comitiva blumenauense foi até Brasília em 18 de Abril de 2023. O grupo era formado por pais de vítimas do ataque, entre eles Jennifer Pabst, mãe do Bernardo Pabst da Cunha, que tinha quatro anos de idade, além do prefeito e de vereadores da cidade.
Na capital federal, a comitiva foi recebida pelo Ministro da Justiça Flávio Dino e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber. O grupo também conversou com o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, o Senador Sérgio Moro, a secretária executiva do Ministério dos Direitos Humanos, Rita Cristina de Oliveira, e o ministro da Educação, Camilo Santana. No mesmo dia, o prefeito de Blumenau participou de uma reunião de governadores com o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Quando voltou de Brasília, Jennifer sabia que tinha uma missão. Ela teve apoio de Paulo Edson, seu marido e pai do Bernardo. Os dois entenderam que existiam dois caminhos. Ou se entregavam ao luto ou se agarravam em algo, neste caso, a fé em Deus. Eles buscaram um sentido para o que aconteceu. Não procuraram saber o “Por quê?”, mas “Para quê?”. Jennifer e Paulo já sabiam que nada traria o filho Bernardo de volta, mas se pudessem salvar a vida de outras crianças, valeria a pena lutar.
Logo depois se uniu ao casal a mãe da Larissa Maia Toldo, que tinha 7 anos. Regina Maia criou a filha com muito amor e as duas famílias perceberam que juntas tinham a mesma missão.
O grupo é formado por por três pais de vítimas do ataque, Jennifer e Paulo Edson, pais do Bernardo Pabst da Cunha e Regina Maia, mãe da Larissa Maia Toldo.
A Psicóloga Deise Luzani que acompanha Jennifer e Paulo desde o dia seguinte ao ataque, e a Jornalista Franciele Cardoso entraram no grupo como voluntárias, colaborando com suas habilidades para o desenvolvimento do projeto.
O projeto surgiu da necessidade de transformar a dor em amor. Bernardo, filho de Jennifer e Paulo, tinha o sonho de ser herói de pessoas. Ele queria salvar pessoas. Seu super-herói favorito era o Homem Aranha.
Todos os dias de manhã, antes de sair para trabalhar e levar o filho para a escola, Jennifer, Paulo e Bernardo faziam um abraço em família e lembravam o quanto um amava o outro. Ao final do abraço, Bernardo gritava a frase “Vamos Salvar o Dia”. Assim a família seguia sua rotina diária até o fatídico dia 5 de abril de 2023. Mal sabia Bernardo que naquelas manhãs estava plantando a semente da missão dos seus pais.
Após o crime, Jennifer e Paulo conheceram os pais das outras vítimas. Regina, mãe de Larissa Maia Toldo, encontrou junto aos novos amigos uma forma de ressignificar o sofrimento que estava passando. Larissa tinha sete anos e tinha o sonho de ser professora. Lari, como era chamada pelos amiguinhos e professores, queria ensinar pessoas.
E assim “Vamos Salvar o Dia” é um projeto que ensina pessoas a valorizarem o momento em família. Orientando os pais sobre o verdadeiro valor da vida. Juntos estão salvando o dia de várias famílias. Ensinando cada uma que conhece o projeto a também salvar o dia.